Conheça as características e os desafios enfrentados por quatro espécies emblemáticas: Tartaruga-de-couro, Tartaruga-verde, Tartaruga-de-Kemp e Tartaruga Australiana.
As tartarugas marinhas são seres fascinantes e vitais para a saúde dos ecossistemas oceânicos. Infelizmente, muitas delas estão ameaçadas pela atividade humana e mudanças ambientais. Este artigo explora as características, habitats e desafios enfrentados por quatro espécies de tartarugas marinhas: Tartaruga-de-couro, Tartaruga-verde, Tartaruga-de-Kemp e Tartaruga Australiana ou Flatback.
Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea)
A Tartaruga-de-couro, a maior das tartarugas marinhas, pode medir até 2,5 metros de comprimento e pesar até 700 kg. Distinta por sua carapaça coriácea, diferente das outras espécies que possuem uma carapaça óssea, essa tartaruga é altamente migratória, atravessando oceanos inteiros para se alimentar e reproduzir. Alimenta-se principalmente de águas-vivas e medusas, ajudando a controlar suas populações.
Distribuição: A Tartaruga-de-couro é encontrada em todos os oceanos do mundo, preferindo águas abertas e profundas. Elas são mais comumente vistas no Oceano Atlântico e no Oceano Pacífico, mas também frequentam o Oceano Índico e até regiões subárticas durante suas migrações.
Desafios: A ingestão de plástico, que é confundido com águas-vivas, representa uma grande ameaça. A captura incidental em redes de pesca e a destruição de habitats de nidificação devido ao desenvolvimento costeiro também são sérios problemas.
Tartaruga-verde (Chelonia mydas)
Conhecida por sua dieta predominantemente herbívora, a Tartaruga-verde se alimenta de ervas marinhas e algas, desempenhando um papel crucial na manutenção da saúde dos recifes de coral e leitos de ervas marinhas. Com uma carapaça que pode atingir até 1,5 metros de comprimento, essa espécie é encontrada em mares tropicais e subtropicais ao redor do mundo.
Distribuição: A Tartaruga-verde é amplamente distribuída em águas costeiras tropicais e subtropicais. Elas são encontradas no Oceano Atlântico, Oceano Pacífico e Oceano Índico, especialmente ao longo de recifes de coral, ilhas e baías.
Desafios: A poluição, a caça ilegal para obtenção de carne e ovos, e a perda de habitat devido ao turismo e ao desenvolvimento costeiro são algumas das ameaças enfrentadas por essa espécie.
Tartaruga-de-Kemp (Lepidochelys kempii)
A Tartaruga-de-Kemp é a menor e mais ameaçada entre as tartarugas marinhas. Com uma carapaça de até 75 cm e pesando cerca de 45 kg, essa espécie nidifica quase exclusivamente na costa do Golfo do México, em um evento sincronizado conhecido como "arribada". Alimenta-se principalmente de caranguejos, moluscos e camarões.
Distribuição: A Tartaruga-de-Kemp é encontrada principalmente no Golfo do México e na costa leste dos Estados Unidos. Durante a fase juvenil, elas podem ser vistas ao longo da costa atlântica dos EUA, até a Nova Inglaterra e ocasionalmente mais ao norte.
Desafios: A captura incidental em redes de arrasto e a poluição são grandes ameaças. A conservação das áreas de nidificação é crucial para a sobrevivência dessa espécie.
Tartaruga Australiana (Natator depressus)
A Tartaruga Australiana, ou Flatback, é encontrada principalmente nas águas rasas do norte da Austrália. Com uma carapaça mais achatada e de cor amarelada, essa espécie pode atingir até 1 metro de comprimento. Alimenta-se de pepinos-do-mar, corais moles e outros invertebrados.
Distribuição: A Tartaruga Australiana é endêmica das águas do norte da Austrália, sendo encontrada no Mar de Timor, Mar de Arafura e no Golfo de Carpentária. Elas habitam águas costeiras rasas e regiões de recifes.
Desafios: A coleta de ovos, a predação por animais introduzidos como cães e porcos, e a destruição de habitats costeiros são ameaças significativas para essa espécie. Além disso, o aquecimento global e a elevação do nível do mar podem impactar suas áreas de nidificação.
Cada uma dessas espécies desempenha um papel vital nos ecossistemas marinhos. A preservação das tartarugas marinhas exige esforços conjuntos de governos, organizações de conservação e comunidades locais para mitigar as ameaças e garantir que essas incríveis criaturas continuem a nadar em nossos oceanos por muitas gerações.