Farmácia Viva - 13 Plantas medicinais para ter em casa

 

A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem.

Arthur Schopenhauer

Farmácia Viva - 13 Plantas medicinais para ter em casa

A tradição de usar remédios caseiros para a cura de doenças comuns como gripes, resfriados e problemas digestivos está presente em todos os lares.

De fato, muitas das plantas usadas pelo povo têm seu efeito curativo comprovado, após serem submetidas a criteriosos estudos.

Pode-se afirmar que, no Brasil, cada família conhece pelo menos uma receita caseira e essas receitas sempre utilizam plantas medicinais. Elas passam de geração a geração e têm sobrevivido ao passar do tempo e ao crescimento da medicina alopática e dos remédios sintéticos.

A ideia básica da farmácia viva é ter sempre ao alcance das mãos as plantas medicinais indicadas para o tratamento de sintomas e doenças mais comuns e de menor gravidade, como gripe e dor de cabeça. A medicina natural pode, também, trazer maior segurança no uso das plantas, por causa da certeza de estar usando a planta correta e da melhor qualidade do material.

Em levantamento realizado pelo Ministério da Saúde em 2017, verificou-se que a fitoterapia está presente em mais de 1,000 municípios brasileiros, contemplando quase a totalidade dos Estados. Devido à importância da fitoterapia para a saúde pública, o Ministério da Saúde desenvolveu a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde, validando o uso das plantas medicinais como terapia segura.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, 80% da população dos países em desenvolvimento utilizam práticas tradicionais nas unidades básicas de saúde. O Brasil tem grande potencial para o desenvolvimento dessa terapêutica, por ter a maior diversidade vegetal do mundo, uma grande diversidade cultural e a tradição de utilização de plantas medicinais.

Os objetivos da implantação da farmácia viva são a melhoria da qualidade de vida das pessoas envolvidas, através de um tratamento constante de sua saúde, e a educação ambiental, desenvolvendo o interesse e o respeito pelo mundo das plantas.

Nos últimos anos, observa-se grande desenvolvimento de uma consciência ecológica e de respeito ao próprio organismo. Esta mudança comportamental está induzindo o homem a uma intensificação do uso de remédios elaborados com extratos de plantas.

No entanto, não basta ter as plantas disponíveis, é preciso saber prepará-las e como utilizá-las. Obviamente, o uso de plantas não elimina a necessidade de se procurar o médico, em caso de doença.


Veja agora as 13 plantas medicinais que você pode ter em casa, com suas características e modos de preparo:

Alecrim

Alecrim
- Parte utilizada: folhas.
- Indicações internas: tosse, bronquite, asma, coqueluche, debilidade cardíaca, tônico do sistema nervoso (esgotamento, estresse), amenorreia, dismenorreia.
- Modo de fazer: colocar 1 colher de chá de erva por xícara de água fervente. Tomar de 3 a 4 xícaras ao dia.
- Indicações externas: dores reumáticas, contusões, entorses, dores nas articulações, fortificante do couro cabeludo (ajuda a escurecer os cabelos), anticaspa e queda de cabelo.
- Modo de fazer: colocar 3 colheres de chá de erva por xícara de água fervente. Usar em compressas, banhos, loções capilares e para enxaguar cabelos.
- Cultivo: propagação por estacas. A planta deve ser cultivada em locais ensolarados e com pouca umidade. É planta companheira em hortas, pois ajuda a repelir pragas e insetos. Espaçamento de plantio: 0,50 por 0,70 cm.
- Toxicologia: NÃO DEVE SER USADO POR GESTANTES OU POR PESSOAS COM DIARREIA. A ingestão em doses elevadas provoca irritações gastrointestinais e nefrite.

Bálsamo

Bálsamo
- Parte utilizada: folhas.
- Indicações em caso de contusões, torções, ferimentos: usar emplastos de folhas frescas amassadas de 3 a 4 vezes ao dia.
- Indicações em caso de dores de estômago e úlceras: comer folhas ao natural ou fazer um suco com 5 folhas para ½ copo de leite ou água, de 3 a 4 vezes ao dia.
- Cultivo: propagação por estacas. A planta deve ser cultivada em locais ensolarados e com pouca umidade. Espaçamento de plantio: 0,20 por 0,30 m.
- Toxicologia: sem referências.

Capuchinha

Capuchina
- Parte utilizada: parte aérea (caule, folhas, frutos e flores).
- Indicações: purgativa (frutos secos), aperiente, tônica, depurativa, antibiótico natural, antiescorbútica, estimulante, digestiva, expectorante, calmante da tosse, purgativo.
- Modo de fazer: 4 colheres (sopa) de folhas picadas ou 2 colheres (sopa) de sementes para 1 litro de água. Tomar 3 a 4 xícaras por dia. Para uso externo, reduzir a quantidade de água pela metade. as flores, as folhas e os frutos são comestíveis.
- Cultivo: pode ser cultivada em local parcialmente sombreado, recebendo, no mínimo, 4 horas de sol por dia. Solo com bom teor de umidade. Espaçamento de plantio: 0,50 por 0,60 m.
- Colheita e beneficiamento: a colheita de folhas adultas, flores e sementes se dá em até dois meses após o plantio. As partes colhidas devem ser secadas separadamente.
- Toxicologia: sem referências.

Dente-de-Leão

Dente-de-Leão
- Parte utilizada: folhas e raízes.
- Indicações: depurativo; desintoxicante do fígado, rins e estômago; combate o colesterol e o ácido úrico; obesidade, dermatoses e para diabetes.
- Modo de fazer: colocar 1 colher de chá de erva por xícara de chá de água fervente. Tomar de 3 a 4 xícaras ao dia. Pode ser consumido em forma de saladas em pequenas quantidades, misturado a outras verduras.
- Cultivo: propagação por sementes. A planta deve ser cultivada em locais sombreados e com pouca umidade.
- Toxicologia: sem referências.

Erva Cidreira

Erv Cidreira - Parte utilizada: folhas.
- Indicações: antiespasmódico, estomáquico, carminativo, calmante, digestivo, combate a insônia e a asma.
- Modo de fazer: 1 colher (sopa) de folhas frescas para cada 1/2 litro de água. Tomar de 4 a 6 xícaras ao dia.
- Cultivo: necessita de luz plena. Solos: férteis, adubados com esterco ou composto orgânico. Multiplica-se por estacas, enraizadas em viveiro. As estacas podem ser plantadas diretamente no local definitivo, na época da chuva. Espaçamento de plantio: 0,50 por 0,70 m.
- Colheita e beneficiamento: colher as folhas adultas, que podem ser secadas com ou sem as flores.
- Toxicologia: não se recomenda o uso por pessoas que têm pressão baixa.

Funcho

Funcho
- Indicações: má digestão, vômitos, enjoos, flatulência, cólicas intestinais, expectorante, estimulante, anti-inflamatório, purificante, estimulante da produção de leite materno (galactogogo), distúrbios urinários, bronquites e tosses, anorexia, tônico geral, problemas oculares: conjuntivite e inflamações, gengivite.
- Modo de fazer para uso interno: 1 colher de sopa por litro de água, tomar de 3 a 4 xícaras ao dia; pode-se usar o sumo das folhas frescas de funcho na dosagem de 3 a 4 colheres de chá por dia para adultos e 3 colheres de cafezinho para crianças.
- Modo de fazer para uso externo: 3 colheres de sopa por litro de água, usar sobre a forma de banhos, bochechos e compressas.
- Cultivo: propagação por sementes, semeadas em local definitivo sob luz plena. Espaçamento de plantio 1,00 x 1,00 m.
- Toxicologia: o uso de mais de 20 g / litro desta planta pode provocar convulsões.

Guaco

Guaco
- Parte utilizada: folhas.
- Indicações: tosse, bronquite, gripe, resfriados, rouquidão, reumatismo, gota.
- Modo de fazer: colocar 1 colher de chá de erva por xícara de chá de água fervente. Tomar de 3 a 4 xícaras ao dia. Pode ser usado na forma de xarope.
- Cultivo: propagação por estacas. A planta necessita de um suporte para crescer. Aconselha-se o sombreamento parcial das plantas. Espaçamento de plantio: 1,00 por 2,00 m.
- Toxicologia: evitar o uso por mais de 100 dias de tratamento ininterrupto, pois pode provocar acidentes hemorrágicos. Em altas doses pode provocar vômito e diarreia.

Hortelã

Hortelã
- Parte utilizada: parte aérea.
- Indicações: gripe, gases, má digestão, desintoxicante, expectorante, resfriado, calmante, tônico em geral, vermífugo (giárdia, ameba, lombrigas).
- Modo de fazer: colocar 1 colher de chá de erva por xícara de chá de água fervente. Tomar de 3 a 4 xícaras ao dia.
- Cultivo: propagação por divisão de ramos. A planta deve ser cultivada em locais ensolarados, férteis e com boa umidade. Espaçamento de plantio: 0,20 por 0,30 m.
- Toxicologia: NÃO DEVE SER USADA POR PESSOAS QUE TENHAM CÁLCULOS BILIARES, DURANTE A GRAVIDEZ E EM CRIANÇAS PEQUENAS.

Levante

Levante
- Parte utilizada: parte aérea.
- Indicações: tosse, gripe, resfriados, calmante, gases.
- Modo de fazer: colocar 1 colher de chá de erva por xícara de chá de água fervente. Tomar de 3 a 4 xícaras ao dia.
- Cultivo: propagação por divisão de ramos. A planta deve ser cultivada em locais ensolarados, férteis e com boa umidade. Espaçamento de plantio: 0,20 por 0,30 m.
- Toxicologia: NÃO DEVE SER USADA POR PESSOAS QUE TENHAM CÁLCULOS BILIARES, DURANTE A GRAVIDEZ E EM CRIANÇAS PEQUENAS.

Mentrasto

Mentrasto
- Parte utilizada: toda a planta.
- Indicações: antirreumático (uso externo), antidiarreico, febrífugo, anti-inflamatório, carminativo, emenagogo, tônico, contra resfriados e cólicas menstruais. Popularmente, utilizada em banhos para parturientes, para facilitar o trabalho de parto.
Como fazer para cólicas menstruais: 1 xícara (cafezinho) da planta seca picada em ½ litro de água. Tomar 1 xícara (chá) de 4 em 4 horas. Tintura: 1 xícara (cafezinho) da planta fresca para 5 xícaras (cafezinho) de álcool. Tomar 10 gotas em água, 2 vezes ao dia (cólicas) ou aplicar em massagens locais (reumatismo, artrose). Pó: colocar 1 colher (café) de pó em água ou suco de frutas para cada dose a ser tomada. Tomar 3 a 4 vezes ao dia (artrose). Decocção: cozinhar a planta inteira e despejar o chá morno numa vasilha, mergulhar os pés ou as mãos durante 20 minutos, duas vezes ao dia. Ou pode ser usada sob a forma de compressa, duas vezes ao dia (reumatismo e artrose).
- Cultivo: propaga-se por sementes, semeadas a lanço, no local definitivo ou em sementeiras. Prefere luz plena ou meia sombra. Pode ser plantada durante todo o ano, principalmente, na primavera. É uma planta espontânea, que nasce em hortas e jardins.
- Colheita: colher a planta toda, antes da floração, por volta do terceiro mês.
- Toxicologia: sem efeitos tóxicos, nos estudos realizados.

Poejo

Poejo
- Parte utilizada: parte aérea.
- Indicações: tosse, gripe, catarro, bronquite, cólicas menstruais, digestivo, calmante, gases.
- Modo de fazer: colocar 1 colher de chá de erva por xícara de chá de água fervente. Tomar de 3 a 4 xícaras ao dia.
- Cultivo: propagação por divisão de ramos. A planta deve ser cultivada em locais ensolarados, férteis e com boa umidade. Espaçamento de plantio: 0,20 por 0,30 m.
- Toxicologia: NÃO DEVE SER USADO NA GRAVIDEZ PRINCIPALMENTE NOS 3 PRIMEIROS MESES.

Sabugueiro

Sabugueiro
- Parte utilizada: folhas, cascas e flores.
- Indicações: sudorífico, cicatrizante, emoliente, diurético, béquico, antiespasmódico, antitérmico natural. As flores são usadas contra o sarampo e as cascas e folhas, contra resfriados. As cascas podem ser purgativas.
Modo de fazer: 10 g ou 3 xícaras (café) de flores e folhas secas por litro de água. Tomar 1 xícara (chá) de 3 a 4 vezes ao dia. Compressa: aplicar a mesma infusão sobre a pele irritada várias vezes ao dia para queimadura de sol.
- Cultivo: arbusto de pequeno porte (2 a 4 m), ramificado. Deve ser plantado nas bordas da área ou como quebra-vento. Plantar sob sol pleno, em covas adubadas com matéria orgânica. Reproduz-se por estacas de ramos, enraizadas em viveiro e transplantadas para o local definitivo. Espaçamento de plantio: 3,0 por 2,0 m.
- Colheita e beneficiamento: as flores são colhidas após desabrocharem; as entrecascas, logo após o florescimento. Cada parte é comercializada separadamente.
- Toxicologia: os frutos não são comestíveis.

Tomilho

Tomilho
- Parte utilizada: parte aérea.
- Indicações: antiespasmódico, antisséptico, anti-helmíntico, para problemas do aparelho digestivo, de coqueluche e reumatismo.
- Modo de fazer: 1 colher (chá) de sementes para cada xícara de água. Tomar 1 xícara (chá) de 2 a 3 vezes ao dia. Infusão das folhas, para uso interno: 10 g de folhas frescas por litro de água. Infusão das folhas, para uso externo: 40 g de folhas frescas por litro de água.
- Cultivo: prefere climas mais amenos. Plantar sob sol pleno em solo fértil, sem acidez, bem drenado. Reproduz-se por sementes, estacas ou divisão de touceiras. Espaçamento de plantio: 0,20 por 0,30 m.
- Colheita e beneficiamento: colher a parte aérea madura e colocar para secar.
- Toxicologia: sem referências.


Fonte: Cursos CPT

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