A maior usina do mundo para captura de dióxido de carbono diretamente do ar e posterior depósito no subsolo começou a operar.
Chamada Orca — uma referência à palavra islandesa para energia — entrou em funcionamento na primeira semana de setembro e é composta por oito estruturas, como contêineres, que usam ventiladores e filtros para extrair dióxido de carbono.
A start-up suíça Climeworks AG, especializada na captura de dióxido de carbono diretamente do ar, fez uma parceria com a empresa islandesa de armazenamento de carbono Carbfix para desenvolver uma planta que sugue até 4.000 toneladas de CO₂ por ano. Isso é o equivalente às emissões anuais de cerca de 800 carros. No ano passado, as emissões globais de CO₂ totalizaram 31,5 bilhões de toneladas, conforme a Agência Internacional de Energia.
A construção começou em maio de 2020 com base em tecnologia modular avançada, acrescentando unidades coletoras de ar compactas do tamanho de contêineres que foram empilhadas juntas para construir a fábrica.
Isso possibilitou que a Orca estivesse em operação em menos de 15 meses. Em comparação com a tecnologia anterior, o uso de aço nas unidades coletoras foi reduzido em pela metade por unidade de produção.
Segundo a Climeworks, a tecnologia pode ser facilmente replicada em diferentes locais do mundo e em escalas cada vez maiores, de forma flexível, sempre que houver ampla energia renovável e condições de armazenamento disponíveis.
No entanto, ainda é uma tecnologia com alto preço, mas os cientistas esperam que caia com o tempo, pois é vista como uma ferramenta-chave nos esforços para limitar o aquecimento global.
COMO FUNCIONA
O CO₂ capturado pelo ar é misturado à água e bombeado para o subsolo, onde fica preso na pedra através de um processo de mineralização natural que leva menos de dois anos, transformando-se em rocha.
O sistema é alimentado de forma renovável por uma usina geotérmica próxima.
Usina Geotérmica
A captura de CO₂ direto da atmosfera é uma das poucas tecnologias que é constatada pelos cientistas como vital para limitar o aquecimento global, responsável por causar mais ondas de calor, incêndios florestais, inundações e aumento do nível do mar.
Existem atualmente 15 fábricas em todo o mundo, capturando mais de 9.000 toneladas de dióxido de carbono por ano, segundo a Agência Internacional de Energia.